Sri Chinmoy

Sobre Sri Chinmoy

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Sri Chinmoy é um professor espiritual que almeja inspirar e servir a humanidade. Ele busca isso oferecendo suas meditações e obras literárias, musicais e artísticas.

Esperamos que a simplicidade, pureza e luz daquilo que Sri Chinmoy tem a oferecer também lhe inspirem.

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Uma Breve Biografia

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Aos 14 anos

Chinmoy Kumar Ghose nasceu no pequeno vilarejo de Shakpura, em Bengala Oriental (hoje Bangladesh), no ano de 1931. Sri Chinmoy (pronuncia-se "Shri Tchinmói") era o mais novo de sete irmãos. Em 1944, depois da morte de seus pais, o menino de 12 anos entrou para o Ashram de Sri Aurobindo, uma comunidade espiritual perto de Pondicherry, no sul da Índia. Lá passou os 20 anos seguintes em prática espiritual, que incluíam longas horas de meditação, prática de atletismo, composição de poemas, canções espirituais e redação de ensaios.

No início da adolescência, Sri Chinmoy teve muitas experiências interiores profundas. Nos anos seguintes, alcançou estados muito elevados de meditação. Em 1964, mudou-se para Nova Iorque, para compartilhar sua riqueza interior com os buscadores sinceros do ocidente.

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Sri Chinmoy vê a aspiração – o incessante clamor do coração por realidades sempre mais elevadas e mais profundas – como a força espiritual que há por trás de todos os avanços grandiosos da religião, da cultura, dos esportes e da ciência. Vivendo no coração e aspirando por autotranscendência contínua, homens e mulheres podem trazer à frente do seu ser o melhor que há em si mesmos e encontrar seu caminho para a verdadeira satisfação. Em suas palavras:

“A nossa meta é ir do iluminado ao mais iluminado, ao muitíssimo iluminado, do elevado ao mais elevado, ao muitíssimo elevado. Mesmo no que há de mais elevado, não há fim para o nosso progresso, pois o Próprio Deus está dentro de cada um de nós, e a cada momento Ele está transcendendo a Sua própria Realidade".

Hoje Sri Chinmoy serve de guia espiritual para estudantes em cerca de 60 países por todo o mundo. Ele os encoraja a seguir um estilo de vida equilibrado, o qual incorpora as disciplinas interiores de oração e meditação ao dinamismo da vida contemporânea.

A vida de Sri Chinmoy é uma expressão de criatividade sem fronteiras. Sua vasta produção abrange a música, poesia, pintura, literatura e esportes. Sua contribuição em cada um desses campos tem sido marcante e abrangente.

Sri Chinmoy enfatiza tanto a arte oriental de yoga e meditação quanto uma vida exterior dinâmica. Sua yoga poderia ser chamada "integral", buscando equilíbrio dos benefícios da meditação com o oferecimento de serviço dedicado.

"Se puder criar harmonia
Em sua própria vida
Essa harmonia alcançará
Os confins do mundo."
Sri Chinmoy

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Sri Chinmoy é um exemplo notável das capacidades exteriores que podem fluir de uma vida interior de oração e meditação. Músico notável, compôs mais de 17.000 canções em inglês e bengali. Nos últimos 20 anos, 777 concertos de música meditativa foram oferecidos. Ele diz que busca através de sua música oferecer uma mensagem de harmonia exterior e paz interior.

Ele viaja com regularidade pelo mundo, para oferecer concertos gratuitos, palestras e meditações públicas, para se reunir com seus alunos, e para encontrar-se e discutir espiritualidade com líderes comunitários e mundiais. Sri Chinmoy não cobra nada por sua orientação espiritual, por seus concertos, palestras e meditações públicas.

Sri Chinmoy descreve a si mesmo como um irmão mais velho em uma família onde Deus é o pai. Tendo o irmão mais velho um pouco mais daquele conhecimento proveniente dos pais que os mais novos, é natural que os membros mais jovens da família procurem sua ajuda na busca pelo pai.

Pergunta: Por que você faz isso tudo?

Sri Chinmoy: Estou tentando, de acordo com a minha humilde capacidade, prestar serviço dedicado à humanidade. Vou às Nações Unidas para oferecer meditações desde 1970. Além disso, compus vários poemas e canções, e também fiz milhares e milhares de pinturas. Faço tudo isso para inspirar os outros. De modo semelhante, outras pessoas também fazem várias, várias coisas para me inspirar. Se estou inspirando as pessoas e elas estão me inspirando, nos tornamos melhores seres humanos. Quando inspiramos, tentamos fazer muitas, muitas coisas boas para todo mundo.

Sri Chinmoy dedicou sua vida a inspirar a humanidade a alcançar patamares mais elevados. Um guia espiritual para aproximadamente 6.000 alunos, Sri Chinmoy faleceu em 11 de outubro de 2007.

Biografia - os Anos na Índia

ckg_diana.jpgSri Chinmoy nasceu  em 27 de agosto de 1931. Ele era o filho novo de Shashi Kumar Ghose (seu pai) e Yogamaya Biswas (sua mãe). De acordo com o seu horóscopo, o jovem Chinmoy recebeu o nome de Ganapati. Ganapati é o nome do deus elefante, a deidade hindu que remove obstáculos do caminho do buscador. Todavia, enquanto criança, Chinmoy era conhecido pelo apelido de “Madal”; Madal significando “tambor”, o que provou ser um nome apropriado. Sua família lembra de como a criança Madal era tão energética, inquisitiva e, às vezes,  levada. Sri Chinmoy contava muitas histórias de sua infância, na qual ele narrava suas experiências na pequena cidade de Shakpura. Em uma dessas histórias ele mencionava que, quando era menino, seu grande desejo era se tornar um inspetor de trem. Em contraste com Madal, seus seis irmãos e irmãs mais velhos eram calmos e meditativos. Quando Madal era ainda uma criança, seu irmão mais velho, Hriday, entrou para o Ashram de Sri Aurobindo no sul da Índia. Sri Chinmoy lembrava com grande afeição o amor e o cuidado que seus parentes  tinham  com ele, quando pequeno. Em especial, ele expressava gratidão aos seus pais por quererem que os seus filhos levassem uma vida espiritual.

Quando Madal tinha apenas onze anos, seu pai faleceu e pouco depois sua mãe, Yogamaya, também deixou o mundo. Em consequência disto, Chinmoy se juntou aos seus irmãos e irmãs no Ashram de Sri Aurobindo, ficando sob a orientação de Sri Aurobindo e da Mãe. Foi também ao entrar para o Ashram que Madal recebeu o nome de Chinmoy. Seu irmão Chitta foi quem deu a ele esta nome. Chitta escreveu nas suas memórias:

“Em 1936, quando visitávamos o Ashram de Sri Aurobindo, o Secretário do Ashram, Nolini Kanta Gupta, queria saber qual era o nome verdadeiro de Madal, pois Madal era um apelido. Eu fiquei um pouco desconcertado. Que nome seria adequado para o nosso caçula? O nome de nosso irmão mais velho era Hriday Ranjan. Meu nome é Chitta Ranjan, meu irmão mais novo é Manoranjan. Então Prana Ranjan estava vindo à minha mente como o nome a ser dado a Madal, mas não estava satisfazendo o meu coração. De repente, recebi uma mensagem interior. Uma voz divina ecoou diversas vezes em meu coração: “ Chinmoy, Chinmoy”. Minha mente humana nunca pensou que aquele nome iria ser aceito, amado e adorado por inúmeros buscadores da Verdade e amantes de Deus.”  - Chitta Ranjan Ghose

ckg_gorbachev.jpgO significado de Chinmoy em Sânscrito é “Pleno de Consciência Divina”. Literalmente, "Chin" significa “Consciência”. “Moy” literalmente significa “pleno de”.

Ao se juntar ao Ashram, Chinmoy se tornou conscientemente desperto para a  vida espiritual e sentiu uma urgência interior de realizar Deus. Nos anos que se seguiram, o jovem Chinmoy meditaria diversas horas por dia. Ele acordava as duas horas e sete minutos da manhã e meditava na sua cama por várias horas antes de seu irmão acordar. Com a idade de 13 anos, ele obteve o estado de auto-realização e costumava ficar muitas horas em transe. Sri Chinmoy lembrava de uma ocasião em que, após retornar de um samadhi, esqueceu seu próprio nome; isso foi devido ter ficado tão imerso na Consciência Transcendental que ele não mais se identificava com o próprio corpo. Sri Chinmoy também descrevia outra experiência de meditação significativa que ocorreu quando ele tinha 14 anos; ela foi uma indicação da sua futura missão espiritual no Ocidente.

Da mesma forma como rezava e meditava, o jovem Chinmoy tomava parte ativa na vida do Ashram. Ele trabalhou em diversas atividades menores e, mais tarde, trabalhou como secretário de Nolini Kanta Gupta, que era Secretário Geral do Ashram. Além disso Chinmoy participava  e se sobressaía em diversos eventos atléticos. Por 16 anos, consecutivamente, foi o primeiro lugar na corrida de 100m e foi campeão de decatlo em 1958 e 1959. Seu herói de infância foi o corredor americano Jesse Owens (em 1972, Sri Chinmoy finalmente teve a oportunidade de encontrar-se com o legendário Jesse Owens na América). Desde que chegou ao Ocidente em 1964, Sri Chinmoy tem recordado de muitas histórias dos seus dias de Ashram. Por exemplo, ele publicou um livro – “Mridu-di, A principal mãe de compaixão”.

Foi em seus dias de ashram que o jovem Chinmoy começou a escrever poesia. Em 1946 ele transformou A história em bengali de Sri Aurobindo, “Kshamar Adarsha”, “O Ideal de Perdão”, em 200 linhas de versos em Bengali. Ela foi publicada no jornal literário “Partha Sarathi”, em março de 1948, com uma nota editorial apreciativa. Ele também converteu-a em um poema pentamétrico iâmbico inglês de 107 linhas em 1956. Significativamente, o poema foi lido para Sri Aurobindo, que comentou:

“É uma bela peça de poesia. Ele tem capacidade. Diga-lhe que continue.”

Já adolescente, Chinmoy aprendeu a métrica bengali e, mais tarde, a métrica inglesa também. Isso possibilitou que ele escrevesse poesia tanto em inglês como em bengali. Quando escrevia poesia, Sri Chinmoy frequentemente costumava dizer que linhas de poesia chegavam espontaneamente até ele, como se já tivessem sido compostas. Seu primeiro poema em inglês foi “The Golden Flute”.

“ A sea of Peace and Joy and Light beyond my reach I know.

In me the storm-tossed weeping night finds room to rage and flow.”

Seu terceiro poema em ingles foi “The Absolute”; uma descrição poética de sua mais elevada meditação.

ckg_theresa.jpgComo muitos poetas espirituais, a poesia de Sri Chinmoy tem sido descrita como possuidora de qualidades mântricas. Desde de uma tenra idade Sri Chinmoy esteve profundamente inspirado a escrever livros. Seu primeiro livro foi “Flame-waves”, que foi publicado em 1955. Seu segundo livro foi “The Infinite: Sri Aurobindo” o terceiro foi “ The Mother of the Golden All”. Desde que chegou ao Ocidente,  ele escreveu mais de 1500 livros. A maioria foram publicados pela Aum Publications, um ramo de publicação interna do Sri Chinmoy Centre, porém muitos foram publicados por outras editoras, tais como a Simon & Schuster (N.d.T: e, no Brasil e Portugal, pela Editora Pensamento e Editora Plátano)

Biografia - os Anos no Ocidente

Sri Chinmoy teria ficado contente em permanecer no Ashram, avançando em sua meditação e tomando parte nas atividades diárias; no entanto, um comando interior compeliu-o a viajar para o Ocidente, a fim de compartilhar o conhecimento espiritual do Oriente com os buscadores aspirantes do Ocidente.

Após receber ajuda de buscadores na América, Sri Chinmoy estava pronto para deixar a Índia. Assim, em 13 de Abril de 1964, Sri Chinmoy chegou a Nova Iorque, onde passou a viver até o seu falecimento. Inicialmente, ele ficou no Greenwich Village. Entretanto, para que pudesse permanecer na América, era necessário que tivesse um emprego. Ele conseguiu trabalho como funcionário da seção de vistos e passaportes do Consulado Indiano. Sri Chinmoy se lembrava de como foi afortunado ao conseguir o emprego, pois ele havia falhado, inicialmente, no teste de datilografia. No entanto o seu patrão, o Sr. Mehrotra, escolheu Sri Chinmoy por admirar os seus escritos.

Sri Chinmoy trabalhou por dois anos na seção de vistos e passaportes. Ele contou muitas histórias desse período no livro intitulado: “Meus Anos de Consulado”. Às vezes, ele tinha pouco dinheiro. Apesar disso, reteve todas as lembranças felizes das suas mais precoces experiências no Ocidente: “Naquele tempo eu era muito pobre, mas meu coração estava cheio de alegria.” Sri Chinmoy mudou-se para o Brooklyn e tinha uma longa jornada de metrô até chegar ao Consulado Indiano todos os dias. Entretanto, ele se dizia grato por essas longas jornadas, as quais permitiam a ele ter a oportunidade de meditar em meio ao que seria um dia agitado. Mas tarde ele descreveu algumas dessas experiências no livro chamado “Minhas Experiências no Metrô”.

Ao chegar ao Ocidente, Sri Chinmoy em pouco tempo começou a dar palestras em cima dos temas de Hinduísmo e Espiritualidade. Sua primeira palestra foi chamada “Hinduísmo: A Jornada da Alma da Índia”. Com o passar do tempo, os buscadores ficaram ávidos em estudar em profundidade os ensinamentos e a filosofia espiritual de Sri Chinmoy. O primeiro Centro Sri Chinmoy (naquela época chamado de Centro AUM) estabeleceu-se em San Juan, Porto Rico; o segundo centro foi formado em New York.

Os anos 60 testemunharam mudanças significativas na América e no Mundo Ocidental. Com o pano de fundo da Guerra do Vietnam, novos movimentos sociais desencantados com as normas sociais prevalentes e os jovens, em particular, começaram a buscar por visões diferentes da religião e da vida em geral. A Yoga e a meditação começaram a permear a consciência pública e se tornaram populares através de celebridades, tais  como os Beatles, que as praticavam.

Alguns dos membros dessa nova geração foram atraídos para o misticismo oriental, que era ensinado por Mestres Espirituais Indianos, dentre os quais estava Sri Chinmoy. Seguindo as tradições ancestrais de Yoga, Sri Chinmoy era firme em enfatizar que a verdadeira espiritualidade envolvia uma pureza de corpo e mente. Ele ensinava que o uso de drogas era danoso para a espiritualidade; a esse respeito ele pedia aos seus estudantes para parar de tomar drogas e consumir álcool. O consumo dessas substâncias danificam os nervos sutis do buscador, tornando a meditação mais difícil. Alguns buscadores que costumavam experimentar drogas confirmaram mais tarde, que havia um mundo de diferenças entre as experiências “místicas” induzidas pelas drogas e a verdadeira experiência espiritual de meditação.

Em 1967, com o apoio de um número crescente de discípulos, Sri Chinmoy estava apto a se devotar a sua missão espiritual em tempo integral.

 Ele estava pronto para deixar o seu trabalho no Consulado Indiano e se dedicar a escrever, dar palestras e servir como um guia para seus estudantes de meditação. Ao deixar o Consulado Indiano, ele recebeu muitos comentários agradáveis dos seus colegas de trabalho. Seu patrão L. L. Mehrotra ofereceu o seguinte testemunho:

O Sr. Chinmoy Kumar Ghose desempenhou suas responsabilidades com um forte senso de dever, uma inquestionável integridade, valendo-se de sua sinceridade. Desejamos a ele todo o sucesso em seus empreendimentos para expandir a mensagem de Amor e Verdade e as disciplinas espirituais da Índia.”

No final dos anos 60 e no começo dos anos 70, Sri Chinmoy viajou extensivamente ao redor da América e também para Europa e Ásia. Ele oferecia palestras e meditações públicas em diversas universidades e faculdades, incluindo universidades de prestígio, como Harvard, Oxford e Cambridge. Suas palestras versavam sobre diversos temas relacionados à espiritualidade e meditação. Durante essas excursões de palestras, ele também estabeleceu os primeiros Centros de Meditação Sri Chinmoy na Europa e no Extremo Oriente.

A YOGA DE SRI CHINMOY

A Yoga de Sri Chinmoy está firmemente enraizada nas tradições dos Vedas e dos Upanishads; ao mesmo tempo, ela oferece uma interpretação única desses ideais ancestrais. O Caminho de Sri Chinmoy compreende o caminho de devoção (Bhakti Yoga), o serviço desapegado (Karma Yoga), a meditação (Dhyani Yoga) e a yoga da sabedoria (Jnana Yoga).

Apesar de abranger todos esses diferentes aspectos, Sri Chinmoy dizia que, em essência, “Nosso caminho é o caminho da simplicidade”. Em particular, ele ensinava que eram as qualidades do coração que permitiam ao buscador fazer o mais rápido progresso:

“Nosso caminho é basicamente o caminho do coração e não o caminho da mente. Isto não significa que estamos criticando o caminho da mente, longe disso. Apenas sentimos que o caminho do coração nos leva mais rapidamente até o nosso objetivo.”

(veja também: O Caminho do Coração em Sri Chinmoy Library)

O coração é um dos principais temas dos escritos de Sri Chinmoy; ele frequentemente encoraja os buscadores a usar o poder intuitivo do coração e não confiar só na mente. Sugere que, quando usamos a mente, somos limitados por nossos pensamentos críticos e negativos; no entanto, se exercitarmos a capacidade do coração, poderemos ter um sentimento de unicidade e experimentar a expansão da nossa consciência.

“Há uma enorme diferença entre o que você pode obter da mente e o que você pode obter do coração. A mente é limitada; o coração é ilimitado”.

Sri Chinmoy

Assim como em outras tradições espirituais, Sri Chinmoy revela que o objetivo primordial de um buscador é obter a auto-realização (ou a realização em Deus) através da oração e da meditação. Porém, em acréscimo a essa vida interior, Sri Chinmoy também valorizava muito a manifestação ou a ação dedicada. Com sua própria vida, Sri Chinmoy demonstrava como alguém podia combinar a vida de meditação e oração com numerosas outras atividades. Outra característica dos ensinamentos de Sri Chinmoy era o seu encorajamento para que alguém superasse seus próprios limites. Ele dava a isso o nome de “Auto-Transcendência”.

Apesar de ser um Mestre Espiritual (Guru) para muitos, Sri Chinmoy ensina que o único Guru verdadeiro é o próprio Supremo. Ele considera a si mesmo como um irmão mais velho orientando os outros membros de sua família.

Outro importante aspecto da Yoga de Sri Chinmoy é a afirmação da unidade básica das religiões mundiais. Frequentemente ele proclamava que todas as religiões finalmente levavam a um mesmo destino, mesmo que suas expressões exteriores fossem diferentes.

“Não há nenhuma diferença fundamental entre uma religião e outra, pois cada religião incorpora a Verdade última. Cada religião está certa, absolutamente certa, porque cada religião conduz a mensagem da Verdade à sua própria maneira.”

Quando perguntado sobre qual era a sua própria religião, Sri Chinmoy declarava frequentemente que, apesar de ter sido criado como Hindu, sua única religião era o seu “amor a Deus”:

“Ocorreu de eu nascer numa família Hindu. Porém, como sou um buscador da Verdade e um amante-Deus, sinto que há somente uma religião, e essa religião é o amor a Deus. Se realmente amarmos a Deus, abraçaremos todas as demais religiões como nossas. Verdadeiramente nossas.”

SRI CHINMOY E AS NAÇÕES UNIDAS

Em 1970, sob os auspícios de U Thant, Sri Chinmoy foi convidado a iniciar um grupo de meditação nas Nações Unidas. O primeiro encontro de meditação ocorreu em 14 de abril de 1970 no Salão da Paz do Centro de Igrejas das Nações Unidas. Mais tarde, em 19 de fevereiro de 1972, Sri Chinmoy teve a oportunidade de se encontrar com o terceiro Secretário Geral das Nações Unidas, U Thant. Ele disse a Sri Chinmoy:

“Eu tenho ouvido muitas pessoas falarem de você. Todos que falam comigo, estão tomados de apreciação e admiração e pessoalmente sinto que você está cumprindo uma tarefa muito significativa pelas Nações Unidas.”

Sri Chinmoy escreveu de forma intensa sobre as Nações Unidas, expressando uma crença de que as Nações Unidas exprimem uma aspiração muito significativa pela harmonia mundial e que pode ser um instrumento importante para unir as pessoas e evitar conflitos.

“O que significa o Dia da ONU? Significa um dia de esperança universal, um dia de promessa universal, um dia de paz universal e um dia de unicidade universal.”

A VIDA ESPORTIVA DE SRI CHINMOY    

Por toda a sua vida, Sri Chinmoy participou de esportes. Ele buscou mostrar como os esportes podiam ser harmonizados com a vida espiritual. Seu interesse no esporte não era como um meio de competição, mas como uma maneira prática de implementar sua filosofia de auto-transcendência. Em 1978, com a idade de 47 anos, ele voltou-se para as corridas de longa distância e treinou intensamente para se capacitar a completar 22 maratonas e 3 ultramaratonas. Sua maratona mais rápida foi sua primeira maratona em Chico, Califórnia, na qual ele marcou o tempo de 3h 55min.56seg. Frequentemente ele treinava bem cedo, como às 04h da manhã. Sri Chinmoy escreveu muitas de suas experiências de corrida nos seus livros da série “Run and Become”.

Além de encorajar seus estudantes a correr, no início dos anos 70 Sri Chinmoy fundou o Sri Chinmoy Marathon Team. O Sri Chinmoy Marathon Team (SCMT) organiza uma variedade de corridas desde as mais curtas, de 2 milhas até triatlos e a corrida mais longa do mundo, de 3100 milhas ,que acontece anualmente no Queens, em New York. De muitas formas o SCMT foi um pioneiro importante no rápido desenvolvimento que as ultramaratonas tiveram nos anos 80. Além da Corrida de 3100 milhas, o SCMT tem organizado o ultra trio de 700, 1000 e 1300 milhas assim como a Corrida de 6 e 10 dias.

No final dos anos 80, uma lesão no joelho encurtou a carreira de corredor de Sri Chinmoy. Ele então ficou inspirado a fazer levantamento de pesos. Este era um esporte o qual ele já havia mostrado algum interesse, porém bem no começo da sua carreira de levantador de pesos, ele foi capaz de fazer um progresso sem precedentes. Pouco antes do seu Mahasamadhi (falecimento), com a idade de 76 anos, Sri Chinmoy continuava a levantar uma variedade inigualável de pesos diferentes. Bill Pearl (cinco vezes Mr. Universo) atuou como Mestre de Cerimônias em muitas cerimônias de levantamento de peso de Sri Chinmoy. Ele viu Sri Chinmoy levantar uma variedade de objetos e frequentemente comentava sobre esses feitos:

“Este homem é de uma força divina, Ele é verdadeiramente espantoso... Ele está tentando levantar a atitude do mundo. Ele está nos mostrando que a mente pode superar a matéria.”

Bill Pearl

Em abril de 2005, o levantamento feito com as panturrilhas de Sri Chinmoy foi colocado na revista “Muscle  and Fitness” como a segunda realização esportiva mais impressionante do ano. Em setembro de 2006, Sri Chinmoy levantou a ambos: Bill Pearl e o campeão de homem mais forte do mundo, Hugo Girard, na maior competição de fisiculturismo, diante de uma platéia de 1500 espectadores.

A MÚSICA DE SRI CHINMOY

Durante seus anos no Ashram, Sri Chinmoy recebeu lições de canto de um professor de música, o que o ajudou a treinar a voz. No entanto ele era autodidata na maioria dos instrumentos que tocava. Sri Chinmoy preferia uma abordagem intuitiva que o permitisse compor música vinda do coração. Ele concedeu mais de 700 concertos públicos; costumava dedicar esses concertos para a harmonia mundial ou para determinados indivíduos que, ao seu modo de ver, haviam contribuído significativamente para o progresso do mundo. Nesse grupo estavam inclusos o Presidente Gorbachev, o Presidente Nelson Mandela e a Madre Teresa. Em 1993, Sri Chinmoy ofereceu 39 concertos homenageando a presença Swami Vivekananda  na inauguração do Parlamento Mundial de Religiões de 1893. Swami Vivekananda foi um dos primeiros Gurus indianos a visitar o Ocidente e ele esteve sobre a Terra por apenas 39 anos. Nesses concertos Sri Chinmoy tocava uma variedade de instrumentos, incluindo instrumentos musicais tradicionais, tais como flautas e violoncelos, assim como outros instrumentos menos conhecidos. Seu instrumento favorito era o esraj, do norte da Índia. A música de Sri Chinmoy é meditativa e plena de alma, apelando mais ao coração do que à mente.

“A música é a linguagem universal ou interior de Deus, Eu não falo francês, alemão ou italiano, porém se for tocada música de qualquer desses países, imediatamente o coração da música entrará no meu coração.”

Apesar de o seu objetivo ter sido criar uma música meditativa, algumas das performances de Sri Chinmoy em instrumentos de teclado também expressam um tremendo poder e dinamismo, especialmente no órgão, piano e sintetizador.

Como compositor Sri Chinmoy compôs mais de 21000 canções, tanto em inglês, quanto em bengali. Essas canções são de natureza, antes de tudo, devocional, expressando diferentes aspectos da jornada espiritual do buscador. De modo único, Sri Chinmoy também compôs muitas canções sobre pessoas e países. Essas canções eram uma maneira de homenagear indivíduos e destacar as boas qualidades de diferentes nações.

Há uma forte relação entre as canções de Sri Chinmoy e a sua poesia. Por exemplo, os poemas em bengali que ele escreveu quando adolescente foram musicados mais tarde transformando-se em canções. Em décadas recentes, Sri Chinmoy continuou a escrever poemas, focado, porém, em aforismos. Estes são, muitas vezes, curtos e prioritariamente voltados para o ensino espiritual. Seu último projeto maior em poesia foi a série conhecida como “77.000 Service-Trees” , das quais foram completadas 50.000.

SRI CHINMOY E A HARMONIA MUNDIAL

Através de várias iniciativas, Sri Chinmoy procurou promover um notável entendimento e harmonia entre as pessoas. Para esse fim, ele encontrou com pessoas de diferentes estilos de vida e líderes mundiais proeminentes, para trocar idéias e oferecer um mútuo encorajamento. Em junho de 1988, iniciou um programa exclusivo chamado: “Lifting Up the World with a Oneness Heart. Durante esse projeto, Sri Chinmoy levantaria fisicamente cada homenageado acima de sua cabeça numa máquina especialmente construída para este fim. Era um gesto simbólico; Sri Chinmoy dizia que essa era a maneira de ele oferecer gratidão àqueles que tivessem feito uma contribuição significativa para a melhoria do mundo.

Para combinar a corrida com sua aspiração por uma maior harmonia mundial, Sri Chinmoy fundou em 1987 a “World Harmony Run”. Inicialmente chamada “Sri Chinmoy Oneness-Home Peace Run” ela foi mais tarde  renomeada como “World Harmony Run (WHR)”. Ela é uma corrida internacional de revezamento com tocha. O objetivo declarado da WHR (Corrida da Harmonia Mundial) é:

“A WHR é uma corrida de revezamento global que busca promover a amizade e o entendimento internacional. Como símbolo de harmonia, os corredores carregam uma tocha flamejante, passando-a de mão em mão entre os membros de milhares de comunidades locais, viajando por mais de 100 nações ao redor do globo.”

A WHR é organizada por uma rede internacional de voluntários inspirados pela visão de Sri Chinmoy de um mundo mais pacífico.

Outra iniciativa fundada por Sri Chinmoy foi o programa “Oneness-Heart-Tears and Smiles”. Esse é um projeto humanitário que tem oferecido ajuda material para 45 países no mundo. Sri Chinmoy falou que o objetivo é oferecer mais do que apenas caridade:

“Com os nossos corações amorosos, nos identificamos e nos tornamos um com o que os outros são. Esse poder que ama, pode resolver os problemas do mundo. Esse poder é pleno de auto-doação, não com o senso de sacrifício, mas com o sentimento de servir a toda a humanidade como fossem nossos próprios irmãos e irmãs. Através de ambos, do nosso silêncio amoroso e do serviço dedicado, contribuímos para a melhoria do mundo inteiro.”

Mesmo no final da sua vida, Sri Chinmoy era marcantemente prolífico. Ele procurava constantemente por novos desafios e novas maneiras de oferecer inspiração. Além de suas numerosas atividades externas, Sri Chinmoy também servia como guia espiritual para aproximadamente 6 mil estudantes de meditação ao redor do mundo. Ele considerava o progresso espiritual dos seus estudantes como sendo uma de suas mais importantes tarefas.

Numerosas pessoas que tiveram a oportunidade de encontrar e conhecer Sri Chinmoy têm comentado sobre sua bondade espiritual, caráter impecável e dedicação abnegada ao promover a harmonia global:

“Sri Chinmoy é um símbolo inspirador e um apóstolo na luta da humanidade pela paz... é isso que o faz uma lenda viva e um hino ressonante pela paz e pela boa-vontade.”

Dr. L.M. Singhvi  1

“Por quarenta anos você tem trabalhado para criar a paz entre os homens e as nações, através da meditação espiritual, da música, da literatura, da arte, do atletismo e do serviço humanitário.”

Presidente Ramaswami Venkataraman da índia 2

Vastas são suas realizações exteriores. Muitos consideram que escrever a biografia de um Mestre Espiritual é realmente muito difícil, pois a maior parte de sua verdadeira ação ocorre no plano interior. Conforme está escrito no “Hinduism Today”:

“As conquistas espirituais de Sri Chinmoy eclipsam seus feitos exteriores, tão vastas que são. O cerne de seu caminho é a comunhão mística, com o Absoluto interior – através de oração e meditação, abordadas com uma pureza ingênua, tingido, como seu guarda-roupas caleidoscópico, com uma encantadora sensação de outro mundo.”

 

fonte: http://www.srichinmoybio.co.uk/srichinmoy/biography2.html

  • 1. (The Luminous Life of Sri Chinmoy)
  • 2. (mesma fonte)